O custo da
logística no Brasil está ao redor de 15% do PIB. Nos países mais desenvolvidos
este percentual corresponde a 8% do PIB.
Basicamente, isto significa que, entre o produtor e o embarque em um dos portos
do país, temos uma diferença de competitividade, ou melhor, uma perda, ao redor
de 100 bilhões de reais ao ano.
No momento
em que passamos por uma necessidade de mudança de modelo de desenvolvimento, a
importância de investimentos em logística é fundamental para podermos fazer
frente às necessidades do país e conseguirmos uma taxa de crescimento sustentável.
Neste ponto, gostaria de fazer uma breve reflexão sobre o tema ferroviário.
Indiscutivelmente,
para avançarmos na melhoria do nosso custo de logística é fundamental a
diversificação dos modais de transportes que temos. Principalmente no que se refere
à carga. O modelo ferroviário é sempre lembrado a partir de exemplos dos países
desenvolvidos. Claro que temos a possibilidade das hidrovias, mas esse tema
fica para uma próxima oportunidade!
Analisando
o nosso modelo ferroviário, verificamos que a partir do processo implantado na
década de noventa, avançamos razoavelmente bem. Por exemplo, de 1997 a 2011 tivemos
um crescimento de 1.154 a 3.014 no número de locomotivas (161%); de 43.800 a 99.500
em número de vagões (127%); de 137.000 para 292.000 unidade de toneladas
transportadas (112%) e um aumento de 47% de participação na matriz de
transportes. Saímos de uma participação das ferrovias de 17% para 25% no total,
o que ainda é pouco em comparação com países com uma logística desenvolvida.No
entanto, o potencial ainda é muito grande e há um bom espaço para crescimento.
Se analisarmos
alguns indicadores verificamos isto. Por exemplo, atualmente temos 28.000 Km de
malha ferroviária, onde apenas 3.000 Km estão em pleno uso; ou seja, temos
25.000 Km de potencial de uso subutilizado. Além disto, o compartilhamento de
vias é muito baixo, ao redor de 9%.
Outro ponto a ser destacado é a característica do transporte - a
grande concentração do transporte ferroviário no país, quase que 100%, é
realizada em distâncias abaixo de 1.000 Km. quando em outros países 90% da
utilização de ferrovias se dá em distâncias superiores a 2.000 Km.
Essa
situação se deve a uma série de fatores tais como: incapacidade e falta de
estímulo a expansão; ausência de competitividade intramodal; poucos atores na
operação da infraestrutura e dos serviços e concentração dos serviços em curtas
distâncias (pólos de desenvolvimento concentrados). O conjunto de fatores faz
com que o transporte ferroviário não seja uma opção de larga escala,
concentrando-se em setores específicos (mineração, combustíveis e grãos).
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